Olá!
Saiu ontem no UOL/Folha Ciência e Saúde matéria segundo a qual 70% do leite produzido por 3 usinas do estado de São Paulo está contaminado por coliformes totais e fecais.
Conforme a matéria, o estudo foi realizado pela Escola de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP (Universidade de São Paulo) em Piracicaba e verificou a qualidade do leite cru em usinas localizadas em Brotas, Pirassununga e Piracicaba.
Bem, em primeiro lugar, o tema tem muito a ver com o que tenho tratado até agora aqui no blog, ou seja, a relação direta entre qualidade do leite e higiene da ordenha. Nesse estudo foram avaliadas 75 fazendas, que abastecem essas usinas, e foi constatado que 77,3% delas apresentaram condições insatisfatórias de produção de leite, higienização de equipamentos e infraestrutura.
A presença de coliformes indica que os equipamentos e utensílios utilizados não são corretamente lavados, e ainda que o manejo adequado não vem sendo observado, o que é muito comum nas ordenhas.
Apesar desse índice alarmante, é importante destacar também que, apesar de a Instrução Normativa 51 ter tornado mais rigorosos os padrões de qualidade do leite, a realidade mostra que muitos produtores, especialmente os menores, ainda não têm condições de se adequar a tais padrões, seja pelo alto custo no investimento em novas tecnologias, seja pelos baixos valores pagos pelo produto, ou ainda pela dificuldade em se conseguir mão-de-obra qualificada para a atividade.
Já demos aqui no blog algumas dicas para manter a higiene sem gastar muito, porém não é fácil mudar esse quadro que é uma realidade na maioria das ordenhas, principalmente porque a atividade é formada por uma imensa rede de pequenos produtores, com baixa produção e, consequentemente, os mesmos não têm uma grande renda em sua propriedade, dificultando assim a aquisição de produtos para higienização desses utensílios usados na atividade leiteira.
Uma boa saída para incentivar o produtor, e que já vem sendo adotado por algumas usinas e laticínios, é o pagamento de bonificações pelo produto quanto mais perto o mesmo estiver dos índices considerados como ideais. Muitos produtores não recebem qualquer benefício pela qualidade atingida, o que deveria ser implantado em mais usinas e laticínios, para que esses produtores tenham um estímulo para melhorar cada vez mais a qualidade de seu produto.
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